Uma povoação vizinha "S. PEDRO DE PAUS" - RESENDE

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 5

Nesta foto podem ver:
Os homens com coletes diferentes ou mesmo sem eles…
Cobrem as cabeças com chapéus ou gorros diferentes, para diferentes estações…
As calças de cotim às riscas ou de cotim militar, nos trabalhos e, de pura lã virgem nas calças domingueiras ou festivas…
Vê-se ali um homem com a calça numa das pernas arregaçada! Porquê?
Vamos continuar…

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 6

Neta foto, cá está a calça arregaçada outra vez! Porquê?
Esse homem aí, veste uma espécie de ceroula!? Este é a figura tipo do barqueiro, o homem que conduzia ou trabalhava no barco pelo rio Douro no transporte do vinho para o Porto…
A freguesia de S. Pedro de Paus, no passado emprestava muita mão de obra para operar no rio Douro…

Vamos continuar…

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 7

Aqui nesta foto, podemos ver as saias, a blusa e o avental das mulheres…
Saias compridas até ao tornozelo…
Blusa simples e de colarinho à padre…
Avental que acompanha a saia em comprimento em diversos tons escuros…

Vamos continuar…

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 8

Aí estão os músicos e as cantadeiras que o "etnógrafo Michel Giacometti" memorizou e homenageou na sua famosa filmografia…

Esse Senhor aí, de braços no ar dança a chula rabela e, traja com roupa domingueira ou de romaria…

Vamos continuar…

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 9

Aqui vemos as velhinhas palhoças..
O fiar de lã pelo fuso…
O chapéu de palha coberto de alcatrão, para que a chuva não se entranhasse na palha e na cabeça.
Os tamancos serranos e as meias de lã de ovelha para os proteger do frio. Este, era o traje dos pastores em dias de chuva.

Vamos continuar…

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 10

Nesta foto podemos ver:
A capucha e o casaco serranos confeccionados em “burel”
As calças e a saia confeccionados em tecido “sorrubeco”

Vamos continuar…

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Continuação: 11

Nesta foto podemos ver:
A tecedeira com uma manta de farrapos nas mãos…
O homem do mangual com todo o seu trem. Salienta-se o lenço tabaqueiro ao penduro, a calça arregaçada numa das pernas e uma faixa à cinta!

A calça arregaçada tinha um efeito! qual!?
O lenço tabaqueiro ao penduro tinha uma servidão! Qual?   
Aparece, também, pela primeira e única vez, neste grupo, no homem do mangual,  a faixa  à cinta, confeccionada a lã e linho que tinha uma servidão! Qual!

Vamos continuar...

[Vitor]

Olá!
Como se constrói um rancho folclórico e etnográfico…
Último ponto.

MEUS AMIGOS, PRESTEM ATENÇÃO:
Quem responder direitinho a CADA UMA destas três perguntas, terá direito a um prémio especial a entregar no próximo encontro lá no alto da Serra…

A calça arregaçada tinha um efeito! qual!?
O lenço tabaqueiro ao penduro tinha uma servidão! Qual?
Aparece, também, pela primeira e única vez, neste grupo, no homem do mangual,  a faixa  à cinta, confeccionada a lã e linho que tinha uma servidão! Qual!

Finalmente agradeço à Directora  do Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Pedro Paus e às diversas persolidades aqui expostas, a possibilidade de ter produzido aqui esta singela exposição.

"Singela exposição" que passo a dedicar aos companheiros de Fórum  Trevo, Manuel e Nelly, por terem a seu tempo, cada um por si, aberto ou despoletado este tema.

[Tretas]

Olá Vitor

Pelo que acabo de ler, o sr. está apto a formar um grupo Folclórico genuino e quem sabe fazer parte do Conselho Técnico da Federação Portuguesa de Folclore.ha, ha, ah, ah.... Parabéns.

[Vitor]

Olá

CONVIDADOS, os participantes deste Fórum "Vitor e Romano" estiveram presentes na apresentação do Volume 09, da FILMOGRAFIA COMPLETA de MICHEL GIACOMETTI,  no salão da sede do Grupo Folclórico e Etnográfico em São Pedro de Paus,no dia 16 de Janeiro, pelas 15H00. Assim souvemos:
 
QUEM ERA MICHEL GIACOMETTI?

Michel Giacometti era francês. Pertencia a uma família corsa de pieds noirs , estabelecida na Argélia, onde Giacometti passou toda a juventude. Nesse sentido, era mais mediterrânico do que francês. Giacometti não esperou pela independência da Argélia para percorrer, sozinho, todos os países da bacia mediterrânea, o que despertou nele uma vocação especial para se aproximar das diferentes culturas e das suas músicas tradicionais. Assim, antes de se fixar em Portugal já criara, num espírito vanguardista, a Mission Mediterranée 56, que tinha como objectivo recolher e estudar a música tradicional das ilhas mediterrânicas. Enriquecido pelas suas experiências de viagem, falava várias línguas com uma facilidade desconcertante: espanhol, italiano, árabe, italiano, grego e até sardo e norueguês, o que lhe conferia uma força de penetração humana muito particular. A língua corsa levara-o às fontes de todas as fonéticas e, segundo dizia, ajudara-o a aprender rapidamente o português.
Herdeiro das tradições e do saber musical dos seus antepassados corsas, era natural que se interessasse pelas culturas transmitidas por via oral. Depois do périplo pelo Me¬diterrâneo, decidiu inscrever-se em Etnologia na Sorbonne, em Paris, onde descobriu os livros e os registos musicais do Museu do Homem, que tiveram um papel determinante no seu trabalho posterior em Portugal. Isto passou-se em 1958. Foi também em Paris que encontrou a mulher, Isabel, no palco do teatro popular de Villeurbanne, do célebre encenador Roger Planchon. Giacometti deixou-se seduzir por aquela portuguesa da burguesia lisboeta que falava um francês exemplar. Embora fosse enfermeira de formação, não foi no hospital que se encontraram, como às vezes se diz, mas no teatro. Só mais tarde Giacometti adoeceu com uma pneumonia e o médico aconselhou-o a ir para Portugal, onde os ares do Atlântico poderiam ajudá-lo a curar-se. Chegou a Lisboa com Isabel em 1959. No ano seguinte instalou-se em Cascais, numa casa muito bonita localizada no velho bairro de pescadores daquele pequeno porto. Para institucionalizar o trabalho de recolha que já iniciara, criou os Arquivos Sonoros Portugueses. Em 1960 lançou o primeiro dos cinco discos que formam a Antologia da Música Regional Portuguesa.

[Vitor]

Olá

Souvemos ainda:

GIACOMETTI E A SUA ÉPOCA:

Michel era, acima de tudo, um etnógrafo. Era o investigador de que Portugal necessitava para revelar e valorizar o seu património musical. Não podemos compreender a obra e o papel de Giacometti se não os situarmos no contexto do Portugal dos anos 60-70, um contexto sociopolítico que proibia o ensino da Etnologia nas universidades e defendia que a música tradicional se confundia com os grupos folclóricos, que promovia, os chamados ranchos. O trabalho de campo e a investigação em ciências humanas eram consideradas actividades subversivas. Não se respeitavam os Direitos Humanos e os campos eram mantidos num estado de pobreza insustentável, apesar de o regime político ter apostado numa economia agrícola. Assistia-se a uma proliferação de círculos musicais e de grupos de danças populares apoiados e protegidos pelo regime, que tinham por missão propagar uma imagem de felicidade do país. Através do trabalho paciente de recolha musical que realizou durante anos, Michel Giacometti demonstrou realidades muito diferentes. Revelou a criatividade e a autonomia musical das aldeias, bem como uma imensa riqueza de vozes e de instrumentos musicais que a população urbana desconhecia. Despertou, por isso, o entusiasmo e contribuiu para a tomada de consciência de uma nova identidade cultural, fortalecida pela sua música original.
Na verdade, aquele contexto social completamente estático deixava pouca escolha ao investigador das ciências humanas, sobretudo numa disciplina inédita, como era a etno-musicologia: ou efectuava investigações por sua própria iniciativa, na mais estrita confidencialidade e sem apoio institucional, ou baixava os braços.

  O saber não ocupa lugar...
 

[rabeca]

Olá boa noite

Estou de acordo consigo amigo(a) Tretas o nosso amigo (a) Vitor está de parabéns por nos ter demonstrado com

 toda a mestria como se constrói um grupo folclore são algumas questões que nos fazem pensar.

 É pena que alguns ranchos não sigam este exemplo.....

Até já

 

[estouaver]

                                  Olá Vitor
        A isto se chama rancho folclórico genuíno.



                    Um abraço

[Trevo]

 Olá Vitor!
 Muito bem!
 S. Martinho de Paus está de parabéns pela boa recolha etnográfica!
 
- Capuchas e gabões de junco, são como os que se usavam em Magueija
- Burel, só me lembro das capuchas da serra.
- Calça arregaçada, também vi muitas vezes, em Magueija, quando os homens iam regar as lameiras.  S. Martinho de Paus tem uma grande ligação ao Rio Douro. Um rio navegável.
 No nosso rio, Balsemão, só navega, por lá, de quando em vez, o lixo. Mesmo assim, gosto muito do nosso rio, afluente do Varosa e subafluente do "DOIRO"!

[Orquídea]

Muito temos a aprender com este Vitor!
Na verdade, não é de ânimo leve que se pode construir um grupo folclórico e etnográfico. É necessário um estudo aprofundado sobre as tradições e costumes da região nas mais diversas áreas.
S.Pedro de Paus é um excelente exemplo para as freguesias vizinhas.
Gostei de ler os apontamentos bem pormenorizados do amigo Vitor e de ver as fotos tão bem elucidativas dos  trajes usados em épocas remotas das gentes daquela freguesia, conforme as actividades que, então, eram dominantes.

Quanto às questões apresentadas, vou investigar para, depois, me candidatar ao prémio.

Abraço