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Autor Tópico: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO  (Lida 13625 vezes)

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Offline Nelly Lopes

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #45 em: Fevereiro 09, 2013, 06:14:14 pm »
Sem sombra de duvida, a coisa mais bonita do mundo, obrigada pela partilha

Offline MANUEL

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #46 em: Fevereiro 09, 2013, 06:38:43 pm »


Gostei 117!

Quem porfia sempre alcança...!

« Última modificação: Fevereiro 09, 2013, 06:56:58 pm por 117 »

Offline Trevo

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #47 em: Fevereiro 09, 2013, 07:42:23 pm »
Um local lindo que podemos selecionar para um futuro encontro, que vos parece?
O rafeiro que guiou o 117  também nos há-de levar a bom porto!
« Última modificação: Fevereiro 10, 2013, 03:43:49 pm por Malmequer »

Offline Tulipa

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #48 em: Fevereiro 09, 2013, 09:23:12 pm »
Lindas fotos 117.
Estas imagens fazem-me recuar aos Invernos do tempo da minha meninice, em que, acordávamos logo de manhã, e víamos estes rendilhados de gelo suspensos pelas bordas dos caminhos.
 

Offline rabeca

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #49 em: Fevereiro 09, 2013, 11:34:42 pm »
Olá boa noite

Adorei as fotos 117 , a natureza supreende-nos com detalhes maravilhosos, obrigada pela partilha!

Até já!

 -+~+

Offline 117

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #50 em: Fevereiro 10, 2013, 03:20:52 pm »

     
       Sonho realizado.
       Gozo partilhado.
       Convite formulado.
Se não aceitarem ... é pecado!
« Última modificação: Fevereiro 10, 2013, 03:28:27 pm por 117 »

Offline Pretarouca

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #51 em: Fevereiro 10, 2013, 08:25:53 pm »
Olá!!!


Claro que o amigo 117 merece a samarra! Mas merece sobretudo o nosso agradecimento por estas imagens de máxima beleza!
Se as capuchinhas não oferecerem a samarra, poderemos fazer uma exposição de fotografias do nosso fotógrafo (na sede que a Associação há-de ter) e a entrada reverter a favor da samarra ;D 

Estas imagens, como diz a amiga Tulipa, fazem lembrar os invernos da nossa meninice. O gelo formava as "candeias" de gelo suspensas dos telhados e nos muros dos caminhos e junto aos ribeiros o fantástico rendilhado de gelo.
Porque será que todas as crianças gostavam de  cortar um pedaço para chupar! 

Tenham uma boa semana!

Offline 117

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #52 em: Fevereiro 12, 2013, 06:45:08 pm »

Hoje é o grande dia do ENTRUDO.
Vem mesmo a calhar, pois a consciência impele-me para uma CONFISSÃO BEM FEITA:

 - não sou nada merecedor da medalha, nem da samarra;
 - todos os elogios às imagens do gelo, na recôndita queda de água de ÁGUA D'ALTE, têm de ser atribuídos ao intrépido habitante de Campo Benfeito, Pedro Duarte;
 - foi ele o fotógrafo da cascata, com mais de 30 metros;
 - peço-lhe perdão por rapinar em terra alheia;
 - pretendi que os meus amigos tomassem conhecimento daquele ex-libris do ROSSÃO, mas isso não desculpa o furto;
 - tratem de contactar AS CAPUCHINHAS, a fim de não darem seguimento à encomenda;
 - devolverei a medalha, na volta do correio, a exemplo do descarado Lance Armstrong;
 - uma vez mais e por ser CARNAVAL, espero que ninguém LEVE A MAL;
 - contem com o meu FIRME PROPÓSITO DE EMENDA!

Offline estouaver

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #53 em: Fevereiro 12, 2013, 07:13:47 pm »
 Por mim não precisa de fazer acto de contrição117. Se é de louvar o autor da foto, também é louvável  quem a publica, para satisfação de quem queira apreciar um belo cenário raramente ao nosso alcance.
                 
                                                     Obrigado aos dois

Offline Pretarouca

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #54 em: Fevereiro 12, 2013, 09:50:58 pm »

Amigo 117, por mim está perdoado, mas não se livra da penitência!
No entanto como confessou em público o seu "pecado venial", a penitência será menor!

 - A partir de agora e por um período de tempo indeterminado, deverá andar sempre com o material adequado para fotografar ou filmar todas as maravilhas que a natureza, e não só, nos oferece para que em nenhuma outra situação caia de novo em tentação!
- Todas essas fotografias deverão ser publicadas neste fórum para que todos possam elogiá-lo ou castigá-lo pelas suas obras!
 
Vá, e fotografe muito!
Ah! e comente também!

Offline 117

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #55 em: Março 23, 2013, 03:17:42 pm »
                            
                           CAPUCHA DE BUREL


                            Quem vai ali
                            Agasalhada assim
                            Naquele manto de burel?

                            O rosto não lho vi
                            Curvada
                            Olhos no chão
                            A medir a passada,
                            De uma velhinha se trata
                            Que foi mãe, que foi avó,
                            E carrega em si só
                            Séculos de vida e de história.

                            Quem é ela?
                            Não curei de sabê-lo.
                            Vergada pela idade
                           É uma mulher da serra
                            Certamente
                            Agasalhada no capuz turdetano,
                            Celta ou lusitano.

                            Um bilhete de identidade
                            Da nossa gente
                            Bem posso eu dizê-lo.
                            E em morrendo a senhora
                            Que ali vejo andando
                            Nem me pergunto até quando
                            Ficará a capucha
                            Este agasalho de pastora,
                            De santa ou de bruxa!

                            (Abílio Pereira de Carvalho)            
« Última modificação: Março 23, 2013, 03:21:07 pm por 117 »

Offline 117

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Re: NEM SÓ A PISCINA DÁ NOME AO ROSSÃO
« Responder #56 em: Fevereiro 02, 2014, 05:25:17 pm »
                                                              
                                                                               TRANSUMÂNCIA:

«Desde tempos imemoriais que a Serra de Montemuro é palco do pastoreio, por gados das aldeias situadas nas suas abas, mas também por gados vindos da Estrela. A transumância, era algo natural que acontecia todos os anos no Montemuro. Desde 1999, que esta vivência se não repete e, certamente, não mais se repetirá. Era já então conhecida como "A Última Rota de Transumância". Foto 1. Passagem do rebanho início século XX, Castro Daire. (Ferreira, 2004) Os rebanhos vinham da Estrela para o Montemuro pelo S. João (24 de junho) e regressavam pelo S. Bartolomeu (24 de agosto), seguiam as rotas iniciadas em tempos imemoriais. O itinerário passava por Cavernães, Pedras Negras, Mões, a vila de Castro Daire (Foto 1), entre outras povoações, antes de chegar ao Monte Raso (ROSSÃO), mas também a outras povoações, como, Gralheira, Alhões e Picão. A organização desta deslocação era, da responsabilidade do maioral (Foto 2) e dos seus ajudantes. A passagem dos rebanhos era inesquecível para todos aqueles que assistiam a tal acontecimento. Em Girão (1940), este fenómeno é descrito de forma precisa e o autor refere-se a ele como: «o mais curioso espectáculo pastoril que nos é dado a presenciar na terra portuguesa»: "[...] Desses lados vinha, entretanto, um rumor surdo, ao mesmo tempo que o rapazio, sempre de ouvido mais apurado, começava a impacientar-se, a juntar-se aos grupos e a proclamar em alta voz: Lá vem o rebanho! Lá vem o rebanho!" Foto 2. ...e por fim o maioral, a passo lento e seguro. (Girão, 1940) Durante o processo de romanização, as leis reconheciam a transumância e protegiam as vias pastoris, as quais incluíam lugares convenientes para alimentar os rebanhos. Na época visigótica foram, também, tomadas medidas de proteção. Foi na Idade Média que assumiu maior importância devido à difusão que atingiu. O séc. XII foi um período chave na história da transumância, caracterizado pelo notável incremento do número de cabeças de gado. Porém, é no séc. XVIII que se vive a época mais brilhante, devido à procura de lã de qualidade nos mercados internacionais. A partir dos finais do século XX, assiste-se ao seu declínio generalizado, ainda que de uma forma muito desigual, consoante as regiões. Ainda há pouco mais de trinta anos, cifravam-se em 12 o número de rebanhos que subiam ao Montemuro em busca das pastagens viçosas que a serra oferece por alturas do verão. Nas rotas da transumância era tradição que os maiorais, com ordem dos donos, confiassem carneiros e chibos às pessoas que o solicitavam. Estes animais destinavam-se a fazer o serviço de cobrição comunitária, enquanto o gado ia à serra e voltava. As gentes da aldeia, como recompensa, preparavam uma merenda para os pastores, à base de broa, com uma pitada de carne de porco ou fumeiro e de umas cabaças de vinho. Os pastores da transumância tinham uma vida fatigante. Todos tinham uma tarefa a desempenhar. O maioral era quem distribuía as tarefas diárias e quem informava os proprietários de tudo o que podia acontecer com o rebanho. Em Ferreira (2004), o pastor maioral Tio Jorge Rocha, residente na Póvoa de Montemuro, fala da sua vida de pastor e recorda as refeições que se faziam na Serra: "De manhã, o leite fervido na caldeira de cobre com o pão lá dentro, era o melhor mata-bicho. Também havia queijo. Depois, era uma sopa com muito feijão, batata, massa e um pedaço de carne para cada um. No inicio era difícil, ganhava-se pouco e o patrão não dava vinho. Não era fácil viver na serra sem a pinguita. O que nos valia a nós era o pedido dos agricultores, para pormos o gado a dormir nos alqueves das Covas de Vale da Serra, nos Lentos e no Olho Marinho. Em contrapartida, esses agricultores, que eram de Cetos e Póvoa, enchiam-nos uma cabaça de quatro quartilhos de vinho p'rá ceia e, mais tarde, até nos davam a ceia. Tudo isto porque onde o gado dormia ficava o terreno bem estrumado. O que era bom para a sementeira do centeio." A passagem do gado pelos locais estava combinada, as provisões tinham de estar previamente preparadas, os “montes” de pastoreio eram arrendados à mordomia da Igreja do Rossão e às juntas de freguesia, os locais de pernoita negociados, entre outros pormenores importantes. A decadência e mesmo extinção do fenómeno transumante em Portugal e, em particular, na Serra do Montemuro, deve ser encarada como uma constatação “natural” e esperada, tendo em conta a alteração dos pressupostos para a sua existência. Não devemos esquecer que a transumância e outras actividades rurais tiveram uma evolução que foi sendo “afinada” ao longo dos anos e adaptada às realidades das populações rurais e dos seus relacionamentos. O “mundo rural”, até então facilmente definido, tornou-se “cada vez menos o lugar de toda a vida de uma parte importante da população”, em resultado das mudanças sociais ocorridas. Estas transformações resultaram de um progresso económico e tecnológico que, foi acompanhado pela melhoria das condições de vida humana e material, desenvolvimento dos meios de comunicação e aumento do nível da educação. O Interior do país atingiu níveis de envelhecimento crescentes, sem respostas oportunas e eficazes que contrariem esta realidade. Na região Centro, particularmente no seu Interior, tem sido visível o despovoamento e a desvalorização de uma importante parcela de território, sendo este facto provocado pela diminuição da actividade económica tradicional, aliada à concentração dos equipamentos e das oportunidades de emprego nos centros urbanos. No contexto apresentado, não é de espantar que a transumância de gados, nomeadamente a dirigida à Serra do Montemuro, se tenha encaminhado para a extinção.

 Bibliografia: 1. Ferreira, A.P. (2004) Montemuro - Gente - Flora - Fauna. 2. Girão, A.A. (1940) Montemuro - A Mais Desconhecida Serra de Portugal, Coimbra Editora, Coimbra. 3. Sousa, J.S., Oliveira, J., Jesus, L. e Martinho, V. (2004) A transumância para o Montemuro: um pretexto para o desenvolvimento rural, Educação Ciência e Tecnologia. 4. Martinho, A. (2000) A Transumância: do Montemuro à Estrela; os caminhos; os rebanhos e os pastores, Em: Montemuro: a última rota da transumância, Assoc. da Defesa do Património Arouquese, Arouca: A.D.P.A. 5. Oliveira A. e Silva, F. (1999) Transumância - Uma forma de pastoreio em vias de extinção, Millenium on.line, nº13».
« Última modificação: Fevereiro 02, 2014, 10:07:11 pm por 117 »