Fonte duma freguesia vizinha (Lalim)

[Trevo]

Aonde se localiza? Dou uma ajuda, é em L....

[Malmequer]

 Eu vou arriscar.
 Lazarim não me parece.
 Será Lalim?
 Se for, falta-lhe o copo comunitário!
 Este fontanário, faz ver os de Magueija. Está muito bem conservado.

[Trevo]

 Muito bem!
 É Lalim, sim senhor!
 Lalim,  histórica povoação do concelho de Lamego,  onde habitou, deserdado da corte, o Infante D. Pedro.

[Pretarouca]

Olá!!!

O Carnaval está a chegar e Lazarim, terra vizinha, tem um dos Carnavais mais genuínos de Portugal.
Nestas mini férias (os que as tiverem) não deixem de visitar Lazarim e apreciar as máscaras de madeira - os caretos e as senhorinhas e não percam o momento mais alto dos festejos, a leitura dos testamentos da Comadre e do Compadre
Para ficar poderão reservar um dos 10 quartos, todos com aquecimento, na “Quinta do Terreiro”, em Lalim.
Trata-se de uma casa do século XVIII, recuperada, que pela antiguidade e sobretudo pela qualidade,  mereceu a classificação de Turismo de habitação.
Aproveitem e deliciem-se com os pratos típicos da região (cabritinho e cordeiro, trutas e enchidos).
Não deixem de subir ao Picoto e deslumbrar-se com a belíssima paisagem sobre Magueija!
Ah! E já agora, uma escapadinha à aldeia mais in da Serra: Pretarouca e o paraíso azul!
Tenho a certeza que passarão uns dias fantásticos!!

[Malmequer]

Muito bem amiga Pretrouca, deixou o itinerário completo!
Pois, mas nem todos têm direito a fazer ponte ou a férias de Carnaval!
Quem puder, faz muito bem dar uma escapadela até aquelas paragens!
Divirtam-se!

[Orquídea]

Que excelentes sugestões para as mini férias de Carnaval, amiga Pretarouca!
Subir ao Picoto e encher os pulmões de ar puro e os olhos de paisagens deslumbrantes, passar por Lazarim e dar umas boas gargalhadas e, finalmente, pernoitar na bela Quinta do Terreiro, seria realmente um roteiro inesquecível!
Para terminar em beleza, uma visita "à aldeia mais in", Pretarouca, para encher os olhos de céu azul, de águas  tranquilas e de montes que nos transportam a tempos distantes... seria então, perante tanta beleza, um bom momento de introspeção para dar início ao tempo quaresmal

Acerca da Quinta do Terreiro, deixo mais esta informação:
A cada quarto foi atribuído o nome de uma personalidade ligada à região do Douro, notável nas áreas da Literatura, História e Arqueologia. Uma forma de homenagear as referências culturais da região.

Como curiosidade: um dos quartos tem o nome de um historiador muito conhecido com ligações a Magueija - Padre Manuel Gonçalves da Costa - autor do livro "Paróquias Beiraltinas Penude e Magueija"

Saudações a todos e procurem distrair-se para esquecer, por alguns momentos, os tempos difíceis em que estamos mergulhados.

[117]

Esta quadra faz companhia a várias outras, nascidas da inspiração da sobejamente conhecida Professora OTELINDA COSTA, sendo todas dedicadas à sua vila natal.
Estão gravadas num moderno fontanário de LALIM.
Além de se dedicar à escrita, esta autora integrou e foi porta-voz do emblemático grupo de música popular SEM EIRA NEM BEIRA.
Quando se ama o torrão natal, as obras nascem, perduram e fazem gala em se manterem aprumadas, à vista de quem passa.

[117]

«Dom PEDRO AFONSO, Conde de Barcelos (1287 - Lalim, 1354) foi, segundo algumas fontes, o primeiro filho natural de D. Dinis e de D. Grácia Froes (de identificação insegura). Poeta e trovador como seu pai, teve um papel de relevo na vida política e sobretudo cultural do seu tempo, a ele se ficando a dever uma boa parte dos mais importantes textos da literatura medieval portuguesa.

Vida

O seu primeiro e breve casamento com D. Branca Peres, herdeira de grande parte da fortuna dos Sousa, tornou-o, à sua morte (1305), um dos homens mais ricos do reino. Esse estatuto foi consolidado com o segundo casamento, com a aragonesa D. Maria Ximenes, de quem no entanto se separaria a curto prazo, por desentendimentos vários. Viveu o resto da sua vida com D. Teresa Anes, sua concubina, não tendo tido descendência.

Exilado em Castela por motivos relacionados com o conflito que opôs D. Dinis ao príncipe herdeiro D. Afonso, tomou contacto com as actividades culturais da corte castelhana, que prolongava o intenso labor do seu bisavô Afonso X de Leão e Castela, o Sábio.

Regressado do exílio em 1322, retomou a posse de todos os seus bens, que lhe tinham sido confiscados. Pouco depois da morte de seu pai (1325), afastou-se gradualmente da corte do meio-irmão, com quem entra em dissidência (muito embora tenha participado a seu lado na Batalha do Salado em 1340). Refugiou-se nos seus paços de Lalim, que transformou num centro cultural importante. É daí que está datado o seu testamento (Março de 1350) e onde morreu, em 1354. Jaz sepultado no Mosteiro de São João de Tarouca, em um túmulo com jacente decorado nas laterais com cenas de caça ao javali.

Legado

O legado cultural do Conde de Barcelos é um dos mais importantes da Idade Média peninsular. D. Pedro foi certamente o compilador (ou pelo menos o último compilador) das cantigas dos trovadores galego-portugueses. No seu testamento deixa um Livro de Cantigas ao seu sobrinho, Afonso XI de Castela, que se pensa ser o arquétipo dos cancioneiros manuscritos que chegaram até nós; esse cancioneiro nunca chegou à posse de Afonso XI e não se sabe do seu paradeiro. Excelente trovador, D. Pedro deixou quatro cantigas de amor e seis cantigas de escárnio, onde o humor (com a malícia característica do género) se alia a um notável sentido rímico e musical.

De Lalim teriam ainda saído duas outras obras fundamentais da história e cultura portuguesas. Uma é o chamado Livro de Linhagens do conde D. Pedro (1340-1344), uma recompilação da genealogia das principais famílias nobres de Portugal inseridas no contexto peninsular e universal. A outra obra devida ao conde é a Crónica Geral de Espanha de 1344, uma crónica histórica em que é descrita a história dos vários reinos ibéricos e da Reconquista, enfatizando-se o papel dos reis portugueses na cruzada contra o Islão. Os dois livros são de alta qualidade narrativa e representam pontos altos da prosa medieval portuguesa.

O reconhecimento da qualidade da obra de D. Pedro na Idade Média é evidenciado pelo fato de que tanto o Livro de Linhages como a Crónica sofreram vários acrescentos posteriores em Portugal e foram traduzidas várias vezes ao castelhano. Até os dias de hoje os pesquisadores continuam estudando a obra do conde tanto pelos dados historiográficos como pelo seu nível narrativo».

[Trevo]

LM, estas fotos do 117 ficam a fazer parte do seu espólio vivencial!

Também gostei muito de fazer parte desta vivência histórica!

[117]

A Vila de LALIM está, como atrás ficou descrito, intimamente ligada a Dom PEDRO AFONSO, não só por haver sido escolhida para Paço Condal, como ainda por força do legado cultural aqui arquitectado.
Por razões desconhecidas, este filho bastardo de D. Dinis jaz num imponente túmulo, localizado na igreja do Mosteiro de São João de Tarouca.
67 anos de vida e os bens próprios e herdados permitiram-lhe deixar uma importante marca no panorama do século XIV.

LALIM destaca-se, nos nossos dias (para lá da milenar agricultura), pelas indústrias das carnes e da panificação.
Tal como MAGUEIJA, orgulha-se da sua Banda Filarmónica (mantendo, ainda, um digno Grupo de Cantares).
O Cónego e Historiador MANUEL GONÇALVES DA COSTA esteve algumas décadas à frente da paróquia local.
É seu sucessor, presentemente, o Padre AGOSTINHO RAMALHO, natural de Bigorne (acumulando com as terras vizinhas de Lazarim e Cepões e com a capelania da PSP de Lamego).

Conhecidíssima é a Unidade de Turismo Rural aqui instalada - QUINTA DO TERREIRO. Dispõe de instalações e serviços invejáveis, tanto para refúgio turístico, como para a realização de EVENTOS que ficam eternamente gravados nas memórias de quantos lhe concedem a sua preferência.

[117]

Duas imagens do Túmulo de Dom PEDRO AFONSO, 7º (?) filho bastardo de Dom Dinis.

Nascido em LALIM (1287), terá visto também aqui o fim dos seus dias, em 1354.